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Projeto Inlócu: arte e design em prol da comunidade do Rio Tupana, na Amazônia

Por Carol De Barba

Cinco artistas e profissionais da economia criativa, acostumados com a correria de São Paulo, passaram uma semana imersos na Amazônia, na região do Rio Tupana. Sem celular, sem energia elétrica, porém, no mais pleno contato com a natureza e com os ribeirinhos. A experiência transformadora – todos são unânimes em afirmar – deu à luz ao Projeto Inlócu, do qual RG tem o maior orgulho de ser media partner.

As artes criadas por eles com base na experiência estarão em exposição e, muito importante, à venda, no Espaço Aldeia (Rua Lisboa, 445, em Pinheiros). Na quinta (3.11), das 18h às 23h, acontece o coquetel de abertura dos trabalhos, com a apresentação de um mini documentário sobre a vivência, dirigido por Paulo Blassioli com assistência de Beto Marques – a gente mostra um teaser em RGTV. Na sexta (4.11) e no sábado (5.11), a expo fica aberta das 10h às 20h. O encerramento é no domingo (6.11), das 10h às 19h. Durante o final de semana, ainda rolam talks, warm ups e happy hour (confira o serviço completo no fim do texto).

A iniciativa tem o objetivo de arrecadar recursos para construir um centro de empreendedorismo na Floresta Amazônica, o Centro de Saberes da Floresta. O Inlócu é parceiro da Casa do Rio, ONG capitaneada por Thiago Cavalli e na qual o nosso diretor, Jeff Ares, também atua.

A seguir, a gente apresenta os artistas e um pouco do que eles vão levar pra lá.

Luiz Otávio Pontes de Carvalho
Lalá trabalha em um estúdio de design gráfico e também faz parte do Estúdio Prole, dedicado ao design de produtos, ao lado irmã, Andrea, e do pai, Inal.

Para o projeto Inlócu, Lalá desenvolveu a coleção “Selva”, composta por duas hortas, uma mesa lateral e um jogo de vasos, a partir da combinação de três materiais: madeira, concreto e metal. Os objetos são inspirados no paradoxo que vivenciou durante a viagem. “O contraste entre a loucura e falta de verde de São Paulo, e a calma e abundância de natureza da Amazônia”, explica. Isso o motivou a criar peças de design que trouxessem mais natureza para dentro da casa de quem mora na “concrete jungle”.

Importante contar que Lalá é um dos idealizadores e presidente do Inlócu. “Não que isso signifique muito, pois no projeto todos colocam a mão na massa igualmente”, jura.

Fernanda Médici
Fernanda vai canalizar sua experiência no rio Tupana para a moda, na primeira coleção de sua neo-marca AOBAH. O diferencial da label é o uso de matéria-prima reciclada, como garrafa PET e algodão. “Serão camisetas com duas estampas desenhadas pela Naia Ceschin“, diz.

“Ficamos uma semana sem energia, celular, banheiro… Mas foi uma experiência tão rica que não sentimos falta disso durante a viagem. Fizemos trilhas na mata fechada, visitamos as casas dos ribeirinhos e tivemos alguns dias de atividades com os jovens das comunidades do Rio Tupana e Igapo-açu”, relata.

Fernanda conta que o grupo ficou surpreso com o senso crítico e o desejo de progresso da juventude local. Por isso o desejo de construir o centro. “ Um local com a intenção de unir as comunidades e promover mudanças sociais, com o propósito de incluí-los nos progresso que a BR-319 irá levar”, afirma.

Naia Ceschin
A designer e ilustradora Naia deixou as impressões da vivência no rio em sua primeira linha de tecidos para decoração, a NC Home. “Aquele rio e todos os trajetos que fizemos de barco ficaram na minha memória. Quis transformar isso numa estampa para nunca mais esquecer”, diz.

“O Seu Satu (morador do Rio Tupanã, que acorda às 4h para pescar todos os dias e levou peixe para a gente, inclusive…) foi o grande personagem da minha coleção. Além dos remos que comprei dele para pintar e vender na expo, desenhei ele no pôster e na estampa dos tecidos e nas camisetas da marca da Fê”, conta.

Para Naia, além das pessoas muito queridas e do visual surpreendente, a experiência de viver apenas com o essencial, sem acesso à internet, foi transformadora. “Nunca dormi tão bem e tão profundo na vida!”, confessa.

Roberto Vietri
Roberto é artista visual com foco principal na fotografia. Para a exposição no Inlócu, apresentará uma série de fotografias de paisagem feita com câmera pinhole digital e, também, uma colagem fotográfica.
“A experiência me fez caminhar por duas novas direções em relação ao meu trabalho anterior, que era mais urbano, arquitetônico e conceitual”, analisa.

Roberto acabou desenvolvendo dois projetos: um que envolve paisagens e outro com caráter mais documental. No primeiro, experimentou a técnica da pinhole digital, que é a mistura de uma técnica antiga da fotografia, sem o uso de lentes, com o imediatismo da tecnologia digital. O segundo envolve o contexto da estrada BR-319, fotografado com câmera analógica 35mm. “Ambos considero ainda em processo e para o evento vou pinçar alguns pequenos trechos desse processo em andamento mas que considero que já podem ser mostrados como obra final”, diz.

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