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As dicas de Fernando de Noronha por Kika Martinez

Por Kika Martinez*

Com a alta de 30% do dólar nos último 90 dias, garanto que muita gente está pensando em passar a virada do ano em Noronha. Por isso, fica aqui o meu estímulo. Todo mundo me falava a mesma coisa : “É muito mais legal do que imagina, você vai se surpreender!” Eu estava com a expectativa tão alta que pensei: “Acho que serei a primeira pessoa que não vai se surpreender”.

O fato é que esses nove dias em Fernando de Noronha (Pernambuco) em setembro foram tão especiais e maravilhosos, que estou me aventurando a tentar traduzir em palavras o que é uma viagem a esta ilha encantada.

Digamos que viajei bastante (inclusive dentro do Brasil) para poder fazer essa comparação. Quando fui ao interior do Pará, me surpreendi bastante. Mas, em Noronha, foi a primeira vez que custei a acreditar que estava no meu país. Esse Brasilzão me surpreende cada vez mais.

Não quero soar hippie, mas, de verdade, aquele lugar tem algo mágico pelo poder que tem em extrair o melhor de cada um. Todo mundo conversa com desconhecidos o tempo todo, de coração aberto. Geralmente o papo começa quando se escuta alguém comentar de uma experiência que passou na ilha. Pode ser um encontro com um tubarão limão, um pôr do sol inesquecível ou até um restaurante.

Como moro em São Paulo, isso me encantou muito porque sinto, infelizmente, que cada vez menos as pessoas se olham de verdade. Enfim, todos fazem melhores amigos de infância em Fernando de Noronha. Eu adoro conhecer gente, conversar, ouvir histórias, mas, em geral, tenho um comportamento mais reservado. Saldo: quatro amigos pra vida toda.

Antes de ir:

– Escolha a melhor época para visitar a ilha de acordo com seus interesses. Por exemplo, de agosto até fevereiro é a época mais seca, ou seja, nada de chuvas. Se você gosta de mergulhar, os meses de agosto até outubro são os melhores. Para os surfistas recomenda-se dezembro até março.
– Logo após adquirir sua passagem procure uma agência especializada em Fernando de Noronha, como a Amo Noronha, por exemplo. (Isso é uma propaganda gratuita pelo bom atendimento que me foi prestado).Como a ilha é pequena, os lugares são bem disputados. Muitos quartos e pousadas não estão disponíveis na internet.
-Faça sua mala somente com roupas leves e frescas, esqueça o salto alto e as jóias. O lugar é simples e rústico, e isso faz toda a diferença para conservar o clima natural e agradável que inebria a ilha. Maquiagem e acessórios são altamente dispensáveis. Mas não se engane, você não vai passar dificuldades, a ilha hoje em dia tem tudo o que você precisa para o seu conforto. Tenha em mente que menos é mais. Não esqueça seu equipamento de snorkeling (máscara, snorkel e pé de pato).
-Leve repelente. Se você passou o dia na praia, emendou a dobradinha pôr-do-sol + drink (recomendo fortemente o Bar do Meio), pode ter certeza que eles estarão por lá também. Então, carregue sempre na bolsa com você.- Você cliente Vivo, esqueça 3G, 4G ou qualquer participação na vida online . A minha internet não funcionou em nenhum momento! Clientes Tim, podem comemorar, contrariando todas as expectativas é a única que funciona bem na Ilha.

Já no paraíso:

– Se você tem pressa ou vai ficar poucos dias alugue um buggie. A própria pousada arranja um pra você,ou a agência de turismo, por uma diária de 200 reais (sem gasolina). Se você não tem pressa opte pelo combo caminhada e ônibus (3 reais a passagem). Os ônibus são muito freqüentados por turistas e passam a cada 20 min cruzando a ilha. Eles param em todos os principais pontos, pra chegar até a beira da praia mais uma caminhadinha de 15,20 min ou… peça carona! A coisa mais comum e prática é que todo mundo dá carona. Tipo cidade do interior. Não se acanhe em esticar o braço, as melhores conversas e dicas do que fazer ou onde ir descobri pegando carona. Fora isso ainda tem táxi. Em torno de 30 reais você cruza a ilha de um lado até o outro.

Para imprimir e levar embaixo do braço:

1)     Não tenha preguiça de descer e subir as escadas da Praia do Sancho quantas vezes você puder! Foi eleita uma das praias mais lindas do mundo.
2)     Faça a Trilha dos Golfinhos de manhã cedo pra ter mais chance de ver os bichinhos.
3)     Se possível, vá até o escritório do Parque Nacional Marinho (ao lado do Tamar) no primeiro dia e marque os passeios que são controlados, eles tem uma procura muito alta e corre o risco de você ficar sem conhecer lugares incríveis como a Trilha do Atalaia por exemplo, que tem piscinas naturais de morrer.
4)     Vá ao famoso festival gastronômico do Ze Maria, toda quarta e sábado. O restaurante Cheiro Verde tem ótimo custo benefício e ainda oferece transporte.
5)     Faça um mergulho com cilindro com a Atlantis, assim você pode dispensar o passeio com a pranchinha subaquática.
6)     Mergulhe no Sueste com a maré cheia, desembolse 40 reais e pague um guia como acompanhante que vale a pena. Eles sabem exatamente onde estão os tubarões, arraias, e todos os animais que estiver na área.
7)     Se informe no Tamar dia e horário da captura de tartarugas pelo Tamar. É um programa pelo qual as tartarugas são capturadas, levadas para a areia, medidas e marcadas, assim os biólogos podem acompanhar a espécie de perto.
8)     Conheça a Cacimba do Padre e Baía dos Porcos, obrigatório!
9)     Vá assistir as palestras do Projeto Tamar. São super interessantes, é só chegar! Toda noite, às 20h eles recebem convidados que palestram sobre um tema diferente: tubarões, golfinhos, tartarugas, vegetação da ilha, vida marinha, etc. (O ônibus tem uma parada bem em frente).

Agora imagine todo esse cenário sem assaltos, violência ou furtos. Corre pra lá, joga a canga na areia e vá descobrir que o paraíso existe, e está no Brasil.

*Kika é apresentadora de TV e repórter do “Domingão do Faustão” na TV Globo. Colabora esportaticamente e afetivamente com RG

 

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