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“Violência é uma realidade para muitas trans”, diz atriz Laverne Cox, de Orange is The New Black

Por André Aloi

[ALERTA DE SPOILERS]

Laverne Cox mostra um lado mais humano na terceira temporada do seriado “Orange is The New Black”, série original do Netflix, que chegou ao serviço de streaming este mês.  A intérprete da transexual Sophia Burset, presa por estelionato (roubou cartões de crédito para custear sua cirurgia de mudança de sexo), afirma que, quando leu a cena em que é agredida em seu próprio salão de beleza, ficou intrigada. “Tive minhas próprias experiências com violência. Infelizmente, é uma realidade para muitas mulheres trans. Fiquei emocionada e foi muito difícil”, disse ela, que também é trans, em uma conferência por telefone com RG e outros jornalistas da América Latina, nesta terça (23.06).

Inspirada por outras lutas, como a de CeCe McDonald (ativista na causa trans), ela quer dar vida a histórias desafiadoras na TV e nos cinemas. “Quero interpretar figuras interessantes. Amo as histórias desafiadoras com trans, são importantes para mim”, explica. No entanto, não acredita que a prendam ao estereótipo apenas pelo fato de ela ter feito essa escolha.

Antes de fazer parte do elenco fixo de OITNB, Laverne fez papel de prostituta ao menos sete vezes, mas diz que não ficou marcada por isso. “Estou sempre ansiosa pelo próximo personagem. Agora, estou animada em fazer um papel diferente numa série do canal CBS, em que interpreto uma advogada”, disse sobre o seriado “Doubt”, um drama criminal que ainda não tem uma protagonista.

“Há também um filme, chamado ‘Grandma’, que estreia em agosto nos EUA, em que interpreto a amiga de Lily Tonlim (a veterana Frankie Bergstein de ‘Grace and Frankie’), que está brilhante”, conta. Ela ainda conta que, se pudesse escolher, intepretaria Lady Macbeth em alguma montagem para o teatro.

ENCORAJAMENTO

Sua personagem serve para quebrar estereótipos, dar uma mensagem de superação, mostrar que uma trans pode ser uma segunda mãe e até mesmo esposa de uma outra mulher. Fatos humanos que giram em torno da construção de uma nova família. “Quando os pais querem criar seus filhos, todos os lados humanos ficam expostos. E a raiva é um desses sentimentos. Mas ela faz de tudo para proteger seu filho, com certeza”, comentou, dizendo que o personagem é muito especial porque ouve muitas histórias de superação em suas viagens promocionais.

E O BRASIL?

Sem nunca ter vindo ao Brasil, ela diz que está ansiosa para conhecer o País. “Quando penso, me vem à cabeça o Carnaval, pão de queijo, soube da boa comida e da cultura maravilhosa. Dançar samba… Há muitas coisas que me lembram este país maravilhoso”, disse.

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